quinta-feira, 10 de junho de 2010

Idílios de uma volta pra casa

Eu ando pela rua. Ela está deserta. O tempo está frio. O MP3 toca Fix You, Coldplay. Eu penso. Eu quero escrever, acabo de perceber que essa vontade só bate à minha porta quando estou para baixo. Eu estou para baixo. Eu me pergunto por que eu me sinto assim. Eu não tenho a mínima ideia.
Uma avalanche de sentimentos me invade agora. Sentimentos que me incomodam, que me chateiam e, às vezes, até me atormentam. Dentre eles, há um que se destaca: eu sinto medo. Medo de perder tudo, medo de perder meus amigos, medo do mundo, medo do homem.
Uma avalanche ainda maior de pensamentos agora me toma, quase me tomba. Eu acho impressionante a rapidez de um pensamento e a capacidade do homem de pensar em várias coisas ao mesmo tempo. Eu penso nas mil evidências quase catalogadas de que eu te esqueci. Eu penso em todas as merdas que eu fiz. Eu penso que preciso rezar. Pra me acalmar, pra me aliviar, pra me perdoar, pra pedir. Eu penso no quê tenho que fazer amanhã. Agora eu, distraido, quase fui atropelado. O motorista está me xingando, mas eu não ligo. Eu nem sequer escuto. Tudo o que faço agora é esfregar as mãos, numa tentativa sem êxito de me esquentar, e chego à conclusão de que estou com fome, enquanto Chris Martin canta os últimos versos da canção.

"Lights will guide you home,
and ignite your bones,
and I will try to fix you."
PS1: este texto foi escrito na segunda-feira
PS2: não, eu não sou autista
PS3: não, me suicidar não está entre meus planos, rs.