segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Loucura. Ou melhor, felicidade.

Os passos bem marcados daquele rapaz traduziam seus sentimentos. Cantarolando "New York, New York". Jogando olhares maliciosos às mocinhas de 17, 18 que passavam. As piscadelas daquele rapaz as inflamavam os instintos mais primórdios, seu perfume as causava êxtase. Ele trajava um terno de linho preto com um chapéu côco e, por mais incrível que possa parecer, sentia-se o mais confortável possível. Nada poderia estragar ou incomodar naquele momento. Uma senhora esperava para atravessar a rua. Ele se dispôs a ajudá-la e ela lhe retribui com um enorme sorriso. Ele passava agora passava pelo parque. Passou por uma mendiga, tomou-a em seus braços e fez como se dançasse valsa com ela sem o mínimo ruído de melodia. Deixou-a para trás enquanto ela perdia o fôlego de tanto rir. Arrancou uma flor do arbusto e deu a uma guria de 12, 13 anos que estava num banco mais afastado aos prantos.

-Ele é louco, mamãe? - perguntou o garotinho que se sentava no banco ao lado, que agora observava o rapaz rodar em um poste à lá Fredie Astaire.

-Não, meu filho, ele está feliz, ora - disse a mãe em meio a um risinho.

-Por que será?
-Meu filho, a felicidade é uma coisa tão difícil de sentir, que quando sentimos ou vemos alguém sentindo, não devemos questionar o porquê dela. E sim admirar sua rara e bela existência.

2 comentários:

. débora disse...

cara,
esse ficou muito, muito bom mesmo :D
acho que alguém tá feliz :B -n aiueaoiuea

deh. disse...

que coisa mais bonita! é tão bom ler um texto assim com uma riqueza enorme de detalhes.. fez com que eu pudesse visualizar e admirar toda a cena com os olhinhos brilhando. lindíssimo, querido Dalton (: